Se você já viu um ser vestindo calça laranja, camiseta azul-piscina e tênis roxo, meus pêsames: você conhece uma pessoa colorida.
Mas, afinal, o que são pessoas coloridas? Saiba mais clicando aqui
Bom, agora que você já sabe um pouco sobre o tema. Vamos ao objetivo deste post.
WTF a neurociência tem a ver com isso??
Tamanha a minha indignação com essa gente colorida, fui buscar na literatura a resposta para esse tipo de modinha que atinge a população teen.
Não encontrei nada. Ninguém escreveu algo que explique cientificamente o aparecimento desses seres.
Então, eu refleti sobre o tema, e cheguei a seguinte hipótese: o comportamento colorido está relacionado a maturação tardia dos circuitos neuronais no córtex pré-frontal.
O córtex pré-frontal é uma região do cérebro bastante estudada por vários pesquisadores das áreas da emoção, da memória, da atenção e dos processos cognitivos de mais alta ordem relacionados com a capacidade de planejamento de ações e de previsão das consequências destas no futuro. É uma região bastante desenvolvida nos humanos, e participa da complexa rede neural que possibilita à nossa espécie o desenvolvimento de comportamentos mais elaborados e flexíveis, permitindo características como o auto-controle, raciocínio, julgamento moral, planejamento das ações, capacidade de tomada de decisões, entre outras funções essenciais subjacentes ao intercurso social. Além disso, há vários estudos relacionando essa estrutura a características de personalidade, tais como o “estilo afetivo”, ou seja, a maneira como cada indivíduo percebe os estímulos que evocam determinadas emoções e como ele reage a eles.
Tratando-se de sua maturação, estudos envolvendo análises post-mortem e de neuroimagem em crianças e pré-adolescentes, revelaram que o córtex pré-frontal é uma das últimas estruturas do encéfalo a completar o processo de maturação, o qual ocorre durante toda a adolescência e só termina completamente por volta dos 18 anos, podendo chegar até os 20 anos. Para determinar a maturação, consideram-se características como mielinização, modificações estruturais e funcionais dos neurônios e de suas sinapses, presença de marcadores de atividade neural, entre outros que não vou lembrar agora. Enfim….
Voltando para o tema ‘pessoas coloridas’, visto que essas pobres crianças, pré-adolescentes, adolescentes que aderiram a essa modinha sucessora da ‘emice‘, como todos seus demais contemporâneos ainda não apresentam o desenvolvimento completo do córtex pré-frontal e não desfrutam ainda de todas as funções que esta estrutura magnífica proporciona, é natural que elas caiam nesse abismo.
Mas, então, se esses seres ainda não amadureceram sua capacidade de julgamento e tomada de decisões, quem pode fazer algo para protegê-los dessa modinha, e, acima de tudo, de si mesmos? Os PAIS, caralho! Esses (as) garotos (as) não têm pais de verdade, por que se meu/minha filho (a) ouvisse Restart, iria apanhar até pedir “Pára mãe pelamordeDeus”, ou iria tratá-lo(a) com antipsicóticos.
@larissaomfaria
Algumas referências bibliográficas pertinentes:
Tsujimoto S. The prefrontal cortex: functional neural development during early childhood. Neuroscientist. 2008 Aug;14(4):345-58. Epub 2008 May 8.
Casey BJ et al. Structural and functional brain development and its relation to cognitive development. Biol Psychol. 2000 Oct;54(1-3):241-57.
Casey BJ et al. The storm and stress of adolescence: insights from human imaging and mouse genetics. Dev Psychobiol. 2010 Apr;52(3):225-35.