Música e inteligência

Estudos mostram que a música tem um forte efeito sobre os níveis de humor e emoções, e também a forma como pensamos e a inteligência de maneira geral.

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Estudos da USP sobre vias neurais do medo ganham destaque internacional | Agência FAPESP :: Especiais

Estudos da USP sobre vias neurais do medo ganham destaque internacional | Agência FAPESP :: Especiais.

14/09/2012

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP

Estudos realizados nos últimos anos por pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos mostraram que, ao contrário do que se pensava anteriormente, tipos distintos de medo – como o medo de estímulos dolorosos, o medo de predadores naturais e o medo de membros agressivos da mesma espécie – são processados em circuitos neurais independentes entre si.

Além de distinguir as vias neurais de processamento dos “medos instintivos” e de diferentes tipos de “medos aprendidos” –, os pesquisadores também descobriram que esses mecanismos podem se reproduzir também em seres humanos. Com isso, os estudos poderão contribuir para uma melhor compreensão sobre problemas como síndrome do pânico e estresse pós-traumático.

As pesquisas, coordenadas por Newton Canteras, do Laboratório de Neuroanatomia Funcional do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) – realizadas com apoio do Projeto Temático “Bases neurais dos comportamentos motivados”, da FAPESP, foram capa da revista Nature Reviews Neuroscience de setembro.

Segundo Canteras, os estudos realizados em ratos no ICB-USP se basearam na indução nos animais de estímulos de “medos instintivos”, que se caracterizam como um mecanismo de sobrevivência, e de “medos aprendidos”, que são culturais e adquiridos ao longo da vida.

“Um dos pontos importantes destacados no artigo foi a descoberta de que, em roedores, o circuito relacionado ao medo causado por ameaça de um predador natural pode ser o mesmo circuito acionado em seres humanos quando eles enfrentam ameaças à própria vida. Esse achado poderá nos ajudar a entender situações como o estresse pós-traumático”, disse Canteras à Agência FAPESP.

De acordo com Canteras, quando o tema começou a ser estudado por seu grupo, por volta de 1995, predominava na comunidade científica uma teoria unitária de organização das respostas de medo no sistema nervoso.

“Esse processo foi descoberto a partir de experimentos que associavam um estímulo doloroso – como um choque, por exemplo – e um som ou ambiente específico. Depois de ser submetido a essa associação várias vezes, o animal apresentava uma reação de medo ao ser exposto ao som ou ambiente, mesmo sem o estímulo doloroso. Achava-se que esse tipo de experimento era suficiente para explicar integralmente a reação de medo”, disse.

No entanto, quando começaram a estudar o sistema neural que está envolvido com uma situação natural de medo, os pesquisadores da USP perceberam que os mecanismos não eram tão simples quanto pareciam.

“Quando testamos a exposição do roedor a um gato, que é seu predador natural, descobrimos que a resposta de medo ativava uma região cerebral completamente diferente da que era ativada pelo medo de um simples estímulo doloroso. A partir daí passamos vários anos realizando estudos com foco na reprodução mais precisa de medos naturais”, afirmou Canteras.

Segundo o pesquisador, o animal é constituído de forma a ter uma reação de medo quando é exposto a algo que ameaça sua vida. Assim, as reações inatas de medo são divididas em duas categorias: a ameaça predatória – que é a presença de um predador – e a ameaça social, que é o medo de um animal agressivo da mesma espécie.

“O animal não aprende a ter esse tipo de medo, é uma reação inata. Descobrimos que não havia apenas distinção entre as vias neurais ativadas para a reação inata de medo e a reação de medo aprendido – que é o caso do estímulo doloroso –, mas o medo causado pelo predador e pela ameaça social também percorre caminhos diferentes no cérebro”, explicou.

Segundo Canteras, as descobertas foram consideradas importantes porque uma série de patologias humanas derivam do medo – como a ansiedade, a síndrome do pânico e o estresse pós-traumático.

“O fato de serem distintas as vias neurais do processamento do medo tem várias consequências. Um indivíduo que toma um choque não entra em pânico quando vê uma tomada posteriormente. Mas quem foi assaltado e sofreu ameaça de morte, acaba tendo uma reação de pânico ao ser submetido a um estímulo associado àquele evento”, declarou.

Entender o sistema neural usado em cada situação nos ajudará a entender como são organizadas as respostas de medo aprendido. “As vias neurais do medo aprendido é que estão relacionadas às patologias humanas”, disse.

De acordo com Canteras, em 2010 se descobriu que os estímulos em um núcleo do hipotálamo – que era importante para que os ratos manifestassem o medo do predador – utilizam um circuito que também existe nos seres humanos e que possivelmente pode ser acionado em uma situação de ameaça de vida.

“O sistema que no rato está envolvido com a detecção de ameaças à vida – como a presença de predadores – está presente também no homem. O fato de haver esse paralelismo nos dá uma perspectiva de desenvolver abordagens para entender como esses mecanismos se organizam no cérebro humano”, declarou.

O artigo The many paths to fear , de Newton Canteras e Cornelius Gross, pode ser lido por assinantes da Nature Reviews Neuroscience em http://www.nature.com/nrn

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Os perigos da obediência – Stanley Milgram

Um dos primeiros voluntários do experimento de Milgram

O experimento do psicólogo Stanley Milgram realizado em 1961, causou polêmica e trouxe um alerta: maldades não necessitam de demônios…o psicólogo afirmou:
“A obediência consiste em que a pessoa passa a se ver como instrumento para realizar os desejos de outra e, portanto, não mais se considera responsável por seus atos. Uma vez ocorrida essa mudança essencial de ponto de vista, seguem-se todas as consequências da obediência”.

Pessoas comuns em atos atrozes: experimento de Milgram faz 50 anos


Capinaremos

Leia mais sobre a experiência aqui:Os Perigos da Obediência

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Memória

Dia 29/11 a Folha de São Paulo publicou uma matéria ótima sobre memória com vários depoimentos de especialistas, confira aqui, aproveite e faça o teste:

Trechos

Esqueceu uma coisa importante? Normal. Qualquer pessoa saudável, em qualquer idade, pode ter lapsos.

“Brancos” acontecem por motivos comuns: nervosismo, estresse, insônia, cansaço, excesso de informações.

“A memória é uma função cognitiva dependente dos processos de atenção. Qualquer coisa que interfira na concentração pode prejudicá-la”, afirma Mônica Sanches Yassuda, neuropsicóloga e pesquisadora da USP.

O esquecimento não é ruim. Para a neurologia, é tão importante quanto a lembrança. “Para recordar seletivamente o que interessa você tem que inibir, bloquear ou esquecer certas coisas. É inútil lembrar-se de tudo”, diz o neurologista Benito Damasceno, da Unicamp.

Não tem uma fórmula para melhorar a memória. Mas sempre é bom reforçar que gravar um fato depende de concentração e interesse.

“Estar motivado aumenta o tônus cerebral, criando uma situação ótima para que informações sejam registradas”, diz Benito Damasceno.

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Ayahuasca – O chá das visões

A bebida ayahuasca, desenvolvida por indígenas amazônicos e incas, é usada até hoje em rituais religiosos e ativa áreas do cérebro relacionadas à memória e à vontade.

Ayahuasca, hoasca, iagé, mariri e caapi designam um chá ancestralmente usado por indígenas amazônicos e incas para fins rituais. Atualmente, a infusão constitui o pilar de religiões de matriz brasileira, como o Santo Daime, a União do Vegetal e a Barquinha. Um dos mais notáveis efeitos de sua ingestão é a “miração” – há relatos de imaginações visuais tão vívidas quanto a realidade, mesmo de olhos fechados. Para entender as bases neurais desse fenômeno, o neurocientista Dráulio de Araújo articulou e liderou uma equipe de físicos, biólogos e médicos da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, do Instituto do Cérebro e do Hospital Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Centro J.B. Watson, nos Estados Unidos.

Investigamos registros de ressonância magnética funcional feitos em membros da Igreja do Santo Daime durante uma tarefa imagética de olhos fechados, antes e depois de beberem ayahuasca. Em artigo para a revista Human Brain Mapping, relatamos que o chá produz um grande aumento na ativação de diversas áreas do córtex cerebral. Os resultados sugerem que as mirações são causadas pela potenciação de uma extensa rede cortical que envolve visão, memória e vontade.

Na área visual primária o nível de ativação durante a imaginação é comparável aos níveis de quem observa de olhos abertos uma imagem bem iluminada. A ingestão da bebida ritual intensifica a ação de áreas corticais relacionadas à memória episódica e a associações contextuais e também potencia regiões envolvidas com a imaginação prospectiva intencional, com a memória de trabalho e com o processamento de informações internas.

Em termos neuroquímicos, a ayahuasca afeta neurônios que utilizam serotonina, mas também, em menor grau, noradrenalina e dopamina. De que forma a modificação desses sistemas neurotransmissores aumenta a ativação cerebral e a vividez da imaginação é uma ótima questão científica em aberto. Seja como for, é compreensível que os xamãs da floresta tenham selecionado a ayahuasca culturalmente ao longo dos séculos para facilitar revelações místicas de natureza visual. Ao elevar a intensidade das imagens mentais ao nível das imagens percebidas de olhos abertos, a infusão confere status de realidade às vivências interiores.

A interpretação do fenômeno depende do ponto de vista. Para os místicos em busca da transcendência, a ayahuasca abre as portas da percepção para espíritos e mundos extracorpóreos. Para os materialistas, ela permite acessar, animar e navegar o vasto oceano do inconsciente, essa coleção absolutamente individual de memórias adquiridas durante a vida e de todas as suas combinações possíveis. Psiconauta ácido e cético ou sacerdote divinamente conectado, o fato é que o bebedor do chá empreende uma travessia corajosa para dentro de si. Para ver além, fecha os olhos… e vê.

Sidarta Ribeiro

Revista Mente Cérebro

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Por que algumas pessoas são mais inteligentes?

Existem, pelo menos, três razões. A primeira é a herança genética: cerca de 75% a 85% da variação de QI entre os adultos vêm dos genes que herdamos. Isso foi comprovado cientificamente de diversas maneiras, embora o teste de QI meça apenas alguns tipos de inteligência.
Geralmente relacionado com a performance na escola ou no trabalho, o QI não verifica as inteligências emocional e musical, por exemplo. Outro aspecto que precisa ser observado são os fatores ambientais, incluindo as condições no útero da mãe, danos durante o parto, nutrição ao longo da vida, doenças e outros estressores.
Porém, as ideias e conceitos (os chamados “memes”) que as pessoas carregam as tornam mais ou menos inteligentes. Isso inclui os idiomas que aprenderam e a educação formal. Os memes são ferramentas para pensar, o que significa que crianças expostas ao pensamento crítico, argumentos hábeis e ao desejo de conhecimento terão maneiras melhores de reunir novas ideias e se tornarão adultos mais inteligentes.

Revista Conhecer – Para Mentes Curiosas.

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Corrigir informação não nos faz apagar o dado anterior – Mente e Cérebro

Erros continuam arquivados no cérebro e podem se misturar a fatos corretos, levando as pessoas a tomar decisões equivocadas

Depois de perceber um erro, as pessoas geralmente fazem o possível para reparar o engano: empresas pagam indenizações, notas de provas são alteradas e jornais publicam erratas. Porém, segundo um estudo desenvolvido na Universidade Western, na Austrália, o dano causado não é esquecido – mesmo que sejamos explicitamente orientados a ignorar a informação equivocada.

Durante a pesquisa, o psicólogo Ullrich Ecker e sua equipe solicitaram a voluntários que lessem o relato de um acidente com um ônibus que transportava idosos. Em seguida, os pesquisadores retificaram a informação: os passageiros eram jovens.  Para metade dos participantes foi dito, ainda, que as vítimas do acidente eram jogadores de hóquei. Alguns voluntários escolhidos aleatoriamente foram avisados de que deveriam se esforçar para lembrar apenas da versão correta da história.

Por fim, os participantes deveriam narrar a notícia. Apesar de a grande maioria ter conseguido recordar da correção feita, muitos ainda erraram ao concordar com afirmações como “os passageiros eram frágeis, por isso acharam difícil sair do ônibus”.

Esses resultados mostram que informações “falsas” não são simplesmente esquecidas e podem se misturar às verdadeiras, levando as pessoas a tomar decisões equivocadas, mesmo após muito tempo.

via Corrigir informação não nos faz apagar o dado anterior – Mente e Cérebro

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Memória turbinada na Revista Galileu

(…)”Nosso cérebro foi feito para lembrar de muita coisa. Durante a evolução, o ser humano sobreviveu se deslocando para coletar recursos e depois retornar para sua comunidade. E foram essas demandas que esculpiram nossas memórias, não as do mundo moderno. Como regra geral, você nunca vai esquecer das suas necessidades básicas (comer, dormir), e talvez nem sempre lembre do que a sua cabeça pré-histórica considere supérfluo – nas cavernas não havia contas para pagar nem agendamento no dentista. Na definição dos especialistas, uma boa memória de você enganar seu cérebro, tornando memoráveis coisas que esse troglodita deixaria passar batido.”(…)

Continue lendo a matéria =>Memória turbinada

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XII Curso de Verão em Psicobiologia

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Feelings on/off – não funciona !!!

O cérebro não deixa…

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Veja mais em Neurobiologia das emoções

Aqui um fluxograma do livro Cem Bilhões de Neurônios?mostrando as inúmeras estruturas envolvidas na formação do sentimento:

E ainda no livro Cem Bilhões de Neurônios? uma pintura do francês Louis-Léopold Boilly (1761-1845) retrata as expressões faciais humanas que são perfeitos descritores das emoções, permitindo-nos diferenciá-las.

Você ainda pode conferir o post Existe distinção entre sentimentos e emoções?
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Entradas Mais Antigas Anteriores

"Um simples cérebro, sendo bem mais longo do que o céu, pode acomodar confortavelmente o intelecto de um homem de bem e o resto do mundo, lado a lado." Emily Dickinson
"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." Nelson Rodrigues
"Cada um pense o quiser e diga o que pensa" Espinosa
"O animal satisfeito dorme" Guimarães Rosa