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@giselecgs

Quanto mais, maior: tempo de aleitamento materno influencia o tamanho do cérebro dos filhotes

O motivo de alguns animais, como seres humanos, terem cérebros maiores do que outros há muito tem intrigado os cientistas. Um estudo publicado em março deste ano na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) dá mais suporte à ideia de que o tamanho aumentado do cérebro de mamíferos é determinado pela quantidade de aleitamento materno no início de suas vidas.

“Quanto mais a gravidez e amamentação duram, maior o tamanho médio do cérebro da espécie e maior a expectativa de vida do animal”, dizem os pesquisadores Robert A. Barton e Isabella Capellini da Universidade de Durham, no Reino Unido. “Nós estávamos interessados ​​na ligação entre a energia empenhada na amamentação pela mãe para os filhotes e o desenvolvimento da prole”,

A equipe de Barton queria determinar se a vida mais longa dos animais com cérebros grandes era devido ao aumento da inteligência ou apenas o resultado de sua necessidade de viver mais tempo para se desenvolver adequadamente, ou ainda ambos.

“Essa relação entre tamanho do cérebro e a história de vida parece ser especificamente sobre as limitações de energia da mãe e até que ponto ela pode canalizar essa energia para sua prole”, diz Barton. Embora a correlação entre tamanho do cérebro e do investimento materno é forte, não se exclui completamente o argumento da inteligência.

Big Brains

O estudo analisou o período de gravidez média, duração do aleitamento materno e tamanho do cérebro de 128 espécies de mamíferos. Eles perceberam que o tamanho do cérebro no nascimento entre as diferentes espécies foi determinado pela duração da gestação, enquanto o crescimento do cérebro após o nascimento foi determinado pela duração do aleitamento materno.

Outras teorias tinham especulado que grandes cérebros aumentavam a esperança de vida devido ao crescimento da inteligência que se segue consequentemente. Em vez disso, o estudo mostra que a ligação se situa entre o tempo e a energia investidos por parte da mãe.

Por exemplo, a baleia tem uma das mais longas gestações – de 15 meses – e amamenta os filhotes por mais 18 meses. Seu cérebro pode chegar a mais de 5 litros cúbicos, o equivalente a um mini-barril de cerveja. Esse longo período também significa mais tempo para aprender e brincar.

“A ligação tem tudo a ver com o custo de fazer crescer um cérebro grande, e não tanto com a vantagem de tê-lo”, afirma Barton. “Os chimpanzés e outros grandes macacos têm períodos muito longos de desenvolvimento e cérebro muito grande. Parece ser uma tendência na evolução dos macacos e os seres humanos apenas seguiram a tendência a um grau mais elevado”.

O cérebro humano

O período extremamente longo de gravidez e amamentação em humanos (nove meses e três anos, respectivamente) é necessário para o crescimento e desenvolvimento do nosso cérebro grande, que pode chegar a 1,3 litros – o maior proporcionalmente entre os mamíferos. Por exemplo, o gamo, um mamífero semelhante ao veado de tamanho semelhante aos humanos, tem um período de gestação de sete meses e mama por até seis meses. Seu cérebro mede apenas 220 mililitros. O longo período de tempo que as mães humanas investem em amamentar seus filhos permite que seus cérebros cresçam tanto assim.

“Nós levamos muito tempo para amadurecer, o que parece estar diretamente relacionado com o desenvolvimento maior do cérebro”, nota Barton.

Esses resultados sugerem que a amamentação tem um papel importantíssimo no desenvolvimento do cérebro humanos e sustenta a recomendação da Organização Mundial de Saúde às mães para amamentarem seus filhos até pelo menos os seis meses de idade e continuar o maior tempo possível para até os dois anos.

Fonte: Science Daily

@larissaomfaria

20ª Semana Mundial de Aleitamento Materno

Entre 1 a 7 de agosto, comemorou-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
Contudo, em alguns municípios a campanha de incentivo à amamentação continua.
Vamos alimentar esta causa!

@ateotalamo

"Um simples cérebro, sendo bem mais longo do que o céu, pode acomodar confortavelmente o intelecto de um homem de bem e o resto do mundo, lado a lado." Emily Dickinson
"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." Nelson Rodrigues
"Cada um pense o quiser e diga o que pensa" Espinosa
"O animal satisfeito dorme" Guimarães Rosa