Consumo de antibióticos cresce 4,8% em um ano

Aumento ocorreu após Anvisa passar a exigir a retenção da receita nas farmácias, numa tentativa de reduzir a automedicação e o risco de resistência bacteriana

O consumo de antibióticos no País cresceu 4,8% em um ano, saindo de 90,3 milhões para 94,7 milhões de unidades. O aumento ocorreu depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passar a exigir a retenção de receita para a venda desses remédios.

Os dados foram levantados pela IMS Health, consultoria especializada no mercado farmacêutico, a pedido do Estado, e leva em consideração a venda para o consumidor final, em farmácias.

A norma proibindo a venda de antibiótico sem receita foi publicada pela Anvisa em outubro do ano passado e passou a valer um mês depois. O objetivo da medida era reduzir a automedicação e o risco de resistência bacteriana.

Para especialistas, o aumento nas vendas é resultado do crescimento natural do mercado farmacêutico e da melhora da economia: o brasileiro tem mais acesso a planos de saúde, vai mais ao médico e, consequentemente, compra mais remédio.

Para o professor Silvio Barberato Filho, do programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Sorocaba (Uniso), a medida tem um impacto positivo em reduzir a automedicação, mas ainda não resolve de forma eficaz o problema da resistência bacteriana.

“Temos estudos que demonstram que ainda há excesso de prescrição de antibióticos e prescrições equivocadas. Se a pessoa toma o remédio sem necessidade, mesmo comprando com receita, ela vai contribuir para o aumento da resistência”, diz.

A mesma opinião é compartilhada pelo infectologista Carlos Roberto Veiga Kiffer, pesquisador do Laboratório Especial de Microbiologia Clínica da Unifesp. “A má prescrição existe e é um dos fatores que nós médicos brigamos contra. O consumo precisa cair mais.”

Para Barberato, outras medidas, como a orientação específica ao profissional que prescreve antibióticos, deveriam ser tomadas para evitar a resistência. “O fato de o paciente comprar com receita não quer dizer que a receita não está associada ao mau uso. O controle das vendas é apenas um dos elementos para controlar a resistência bacteriana. Essa norma não consegue coibir a prescrição equivocada”, diz.

Classes específicas. Tese de mestrado defendida ontem na Uniso, orientada pelo professor Barberato, mostrou que nos seis meses depois do início da norma houve queda na venda antibióticos indicados para o tratamento de doenças respiratórias.

A pesquisa levou em consideração uma base de dados de cerca de 2.800 farmácias. Segundo Barberato, houve redução na venda da tetraciclina (39%), azitromicina (33%), amoxicilina (32%) e lincomicina (26%). “Essa queda aconteceu provavelmente porque esses eram os medicamentos mais vendidos sem receita”, afirma.

Segundo Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), o mercado farmacêutico cresceu 20% no último ano. A tese da indústria para explicar o aumento nas vendas é a de que nunca houve uma automedicação tão exagerada quanto era imaginado.

“Ninguém toma antibiótico se não precisa. E sempre há um pico de venda nos meses de inverno, por causa dos problemas respiratórios”, diz Mussolini.

Sistema. Apesar de ter publicado a norma há quase um ano, a Anvisa não tem um levantamento oficial sobre o consumo. Pela nova regra, as farmácias deveriam fazer a escrituração eletrônica das receitas retidas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) a partir de abril deste ano, mas o prazo foi suspenso por tempo indeterminado.

Assim, a Anvisa depende dos dados manuais feitos por cada estabelecimento. Segundo a assessoria, o prazo foi suspenso porque o sistema atual não comportaria uma demanda tão grande de informações. A agência também atribui o aumento do consumo ao crescimento do mercado.

Fonte: Estadão

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Hipocondria


Fontes: aqui e aqui

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Fantasma arrependido por Bernardo Esteves – Revista Piauí

Sobre o patrocínio de artigos pela indústria farmacêutica…

“Um espectro assombra a literatura médica. Continuam vindo à tona episódios em que a indústria farmacêutica patrocina artigos que promovem seus produtos, assinados por pesquisadores aparentemente independentes. Para discutir a questão, a revista PLoS Medicine publicou em agosto uma série de artigos sobre o tema, incluindo um relato em primeira pessoa de uma ghostwriter arrependida que por 11 anos trabalhou para a indústria farmacêutica. A revista criou ainda um portal que reúne todo o material já publicado sobre o assunto em suas páginas.

Não vem de hoje o envolvimento dessa revista com o combate à autoria fantasma, como se convencionou chamar o fenômeno (do inglês ghostwriting).
Em 2009, a publicação ajudou a trazer à tona cerca de 1.500 documentos que comprometiam a gigante da indústria farmacêutica Wyeth. Os documentos mostravam que a companhia promovera a publicação de artigos que destacavam as qualidades de seus medicamentos para a reposição hormonal para mulheres, fazendo vista grossa para seus efeitos colaterais – que incluíam o risco de doenças cardiovasculares e câncer de mama. Os documentos, trazidos a público em parceria com o New York Times, revelam que a empresa pagou autores fantasmas envolvidos na publicação de 26 artigos publicados entre 1998 e 2005.

Naquela ocasião, a PLoS Medicine qualificou num editorial o episódio como “uma das mais convincentes exposições já vistas de manipulação e abuso sistemáticos da publicação acadêmica pela indústria farmacêutica e por seus parceiros comerciais”.

Dois anos depois, a revista revisitou o caso em três artigos e um editorial. Um texto assinado por Simon Stern e Trudo Lemmens defende que os autores que emprestam seu nome e credibilidade a artigos escritos na verdade por representantes da indústria farmacêutica sejam legalmente punidos, com sanções que não se restrinjam ao universo acadêmico. Um outro artigo, escrito por Alastair Matheson, destrincha as diretrizes do Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos para a definição do que constitui a autoria de um trabalho científico e mostra como elas legitimam a prática da autoria fantasma em proveito dos interesses comerciais das grandes
companhias.

A peça mais interessante do pacote, no entanto, é um relato pessoal de uma bióloga que, por 11 anos, trabalhou como ghostwriter da indústria farmacêutica. Em texto escrito na primeira pessoa, Linda Logdberg, vinculada ao Centro de Ciências Fernbank, em Atlanta (EUA), conta que escreveu, para uma companhia cujo nome ela mantém em sigilo, artigos acadêmicos, mas também uma série de outros documentos – apresentações de slides, monografias, planos de publicação etc.

No início, Logdberg não fazia questionamentos éticos sobre seu trabalho – “por muitos anos considerei meu papel similar àquele de um técnico bem pago”, escreveu. Ao discutir suas motivações, a bióloga contou que começou a fazer esse trabalho por ter perdido o gosto pela carreira acadêmica. A flexibilidade de trabalhar em casa e a possibilidade de interagir com pesquisadores de alto nível também foram fatores importantes, mas talvez não o mais fundamental deles. “O pagamento era bom”, escreveu a bióloga. “Realmente bom, especialmente se comparado com o salário típico de uma professora assistente.”

Com o tempo, o trabalho começou a perder o charme e a bióloga passou a se ver às voltas com conflitos éticos consigo mesma – como no caso de um anticoncepcional que causava sangramento vaginal grave e imprevisível em algumas mulheres. “Meu trabalho era redigir o rascunho de uma monografia que delinearia os benefícios do produto, um dos quais, segundo o cliente, seria o fato de a mulher poder ao menos antecipar o sangramento, embora ele pudesse ser grave.”

A gota d’água veio na revisão de um artigo sobre uma droga contra o déficit de atenção com hiperatividade – um distúrbio que acomete dois dos filhos da bióloga. Na impossibilidade de discutir um ponto questionável do artigo que estava revisando, ela decidiu abandonar a carreira de ghostwriter e decidiu entrar em contato com o New York Times para denunciar o caso. Ela conta ter sido ameaçada de retaliação legal por violação de uma cláusula de confidencialidade.

A iniciativa de Logdberg é louvável, mas localizada. Em editorial sobre o tema publicado em agosto, a PLoS Medicine admite que há novas perspectivas sobre o problema, mas poucas soluções em vista. Um primeiro passo, como sugere o texto, talvez seja encarar o problema de frente: “Todos envolvidos na indústria da publicação médica, incluindo periódicos, instituições e as agências reguladoras de pesquisa precisam tomar ações específicas para erradicar as práticas corruptas de autoria aparentemente endêmicas que ainda existem na literatura médica – eles podem começar admitindo a extensão do problema.”

Revista Piauí

@giselecgs

 

 

Agora é assim: tudo em cápsulas

Ou comprimido, ou injetável, adesivo, xarope, etc…

Daqui

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10 remédios que têm efeitos colaterais assustadores – Superlistas

Remédios são coisa séria e devem ser tomados sempre, SEMPRE, com acompanhamento médico. Às vezes a tentação é muito grande quando aparece uma pílula mágica que, supostamente, pode resolver todos os seus problemas. É o caso do Victoza, um medicamento para diabetes que virou rockstar quando médicos e pacientes viram que ele faz emagrecer muitos quilos em pouco tempo – sem exercícios físicos e, aparentemente, sem efeitos colaterais. Mas cuidado! Substâncias que podem ajudar a melhorar uma parte do organismo muitas vezes podem prejudicar outras – e aí, o acompanhamento profissional é fundamental para checar se o seu corpo pode suportar tal substância, qual será a dosagem, o tempo de uso, se é preciso tomar medicamentos para amenizar os efeitos de outro…

Não existem milagres. Muito cuidado com essas promessas de melhora instantânea, elas podem vir com consequências nem sempre reversíveis (como alguns dos efeitos colaterais dos remédios abaixo).

1. Xenical
Utilizado para auxiliar na perda de peso, tem efeitos colaterais bizarros – e que acontecem com a maioria das pessoas que o utilizam. Nojeiras como “flatulências com perdas oleosas” e “incontinência fecal” são comuns e consideradas efeitos “positivos”, pois significam que a gordura está sendo eliminada do corpo.

2. Mirapexin / Sifról
O tratamento contra o Mal de Parkinson pode ser feito com este medicamento que pode levar à amnésia. Ainda que seja um efeito colateral raro, ele não deve ser descartado! Outras reações, “mais leves”, podem ser convulsões, alucinações, tontura e uma vontade incomum de apostar (que não deve ser confundida com aquele sentimento de sorte que dá na gente quando jogamos na Mega Sena acumulada).

3. Propecia
Indicado contra queda de cabelo, este medicamento pode levar à ginecomastia, ou crescimento de mamas. Mas não ache que ele vai fazer a sua namorada ficar mais gostosa. Este efeito colateral ocorre apenas entre os homens.

4. Enalapril
Hipertensão e insuficiência cardíaca podem ser tratadas com este remédio que pode causar alterações no paladar, zumbido nos ouvidos, ginecomastia (como o Sifról, acima) e disfunção sexual.

5. Plavix
Previne o organismo contra ataques do coração e derrames cerebrais, MAS pode causar hemorragia interna (no estômago, intestinos ou no cérebro), além de insônia e conjuntivite (?).

6. Levaquin
Utilizado no tratamento de alguns tipos de infecção bacteriana, mas pode te transformar em um vampiro – só que sem a parte legal de ter força sobre-humana, ser rápido, lindo, imortal e se alimentar de sangue (ok, essa última parte nem é tão legal). O Levaquin pode levar à fototoxidade – ou seja, causar queimaduras de segundo grau à pele quando exposta ao sol.

7. Champix
Pare de fumar com o auxílio deste remédio e tenha ideias suicidas. Sério. Outro efeito colateral é, claro, o suicídio.

8. Roacutan
Tido como o salvador de vidas dos adolescentes com espinhas, este medicamento é muito do mal, ainda que seja ótimo tratamento contra acne. Entre os efeitos colaterais estão um tipo de pseudotumor cerebral, convulsões, depressão, tentativa de suicídio e suicídio – e estamos falando apenas dos efeitos de ordem cerebral! A lista de reações adversas do Roacutan enche páginas e páginas da bula. (Eu já tomei esse remédio – me livrei da acne e não cometi suicídio. Sou uma sobrevivente?)

9. Celebra
Os medicamentos contra artrite e osteoporose passam por duas vertentes. Ou eles acabam com o seu fígado ou com seus rins. Tomando o Celebra, é possível ter trombose, derrame cerebral, insuficiência renal e cardíaca. Ou seja: ele pode te matar.

10. Avandia
Esta droga utilizada no tratamento de diabetes tipo 2 pode causar, atenção, gravidez! Mas só entre as mulheres, ok? Risos. É que ele pode provocar o reinício da ovulação. Ou seja, faz com que a mulher libere um óvulo fora do ciclo menstrual normal dela. Outros efeitos colaterais são: danos cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais. Por causa dessas reações-mais-que-adversas, o medicamento foi suspenso pela Anvisa no fim de setembro.

10 remédios que têm efeitos colaterais assustadores – Superlistas.

@giselecgs

E dizem que fazer xixi faz bem

O Vinícius Penteado, biólogo, autor do blog Ao Pé da Vida que já indicou o Até o tálamo em função do post Uso abusivo de clonazepam no Brasil, abordou um tema muito importante e um tanto quanto deixado de lado, o post fala sobre os traços de  antidepressivos encontrados em rios e a influência disso nos animais desse habitat.Os metabólitos dos medicamentos chegam aos rios através dos esgotos já que são oriundos dos dejetos humanos.Mas não é somente com essa classe de medicamentos que isso ocorre, antibióticos, hormônios,anti-inflamatórios, tudo isso está nas águas também!!!Mais informações aqui.

Só para finalizar, o que fazer com aquele restinho de medicamento que você não vai mais utilizar?Jogar na privada, na lata de lixo, na rua, no rio, não jogar, tomar para não desperdiçar?Enfim, o lixo é um problema crítico em todas as situações, e só piora quando se fala de substâncias tóxicas que agridem o meio ambiente, que é a casa de outros seres vivos com o mesmo direito à saúde que o dos seres humanos…saúde essa que no Brasil, possui um modelo de não prevenção, culminando no consumo exacerbado de medicamentos, a cultura da medicalização, assim, o xixi sai quentinho e recheado de “remédios” que o coitado do camarão,peixe & Cia é obrigado a tomar sem querer…

@giselecgs

Os estranhos poderes do efeito placebo

Vi no Ao Pé da Vida, originalmente postado aqui

@giselecgs

Consumo de Ritalina

Psicóloga: Ao invés de reverem a educação, usam Ritalina

Ana Cláudia Barros

 

O aumento do consumo de Ritalina na rede municipal de saúde de São Paulo não
é pontual. O Brasil é o segundo país que mais utiliza o Cloridrato de
Metilfenidato (princípio ativo do medicamento), perdendo apenas para os Estados
Unidos, destaca a representante do Conselho Federal de Psicologia, Marilene
Proença. A substância é adotada no tratamento de Transtorno de Déficit de
Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Não são poucas as hipóteses levantadas para explicar esse crescimento. Na
avaliação de Marilene Proença, a Ritalina, apelidada pelos críticos de “droga da
obediência”, tem sido adotada como subterfúgio para escamotear falhas no sistema
educacional.

– Estamos tendo uma precarização da qualidade do ensino oferecido para alunos
na fase de alfabetização. Se a criança não está atenta na escola, se não está
escrevendo corretamente como deveria, isso é um problema educacional,
pedagógico. Quer dizer que não estamos conseguindo dar conta de uma
alfabetização adequada. Mas de repente, há uma epidemia de crianças que não
prestam atenção? Não faz sentido. Nasceu uma geração que não presta atenção? A
geração anterior prestava e a atual não presta? – indaga Marilene, que também é
membro da diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e
Educacional.

– Consideram que o fato de o aluno não aprender não tem a ver com a questão
pedagógica, mas é um problema dele, como se fosse algo orgânico que tivesse
dificultando a aprendizagem. A mudança de comportamento estaria sendo feita pela
medicação, e não por uma pedagogia adequada – completa.

Já para a professora titular do Departamento de Pediatria da Unicamp, Maria
Aparecida Moysés, há uma tentativa de “abafamento dos questionamentos”.

– Ritalina e Concerta (também tem o Metilfenidato como príncipio ativo) estão
sendo prescritos para crianças que incomodam. Existe uma pressão da indústria
farmacêutica, mas creio que há também o ideário de um abafamento de
questionamentos, de normalização das pessoas. Todos homogêneos. Pode ser que não
seja esse o objetivo, mas é o que acaba acontecendo, porque toda criança que
questiona tem TDAH. Você medica e aborta o questionamento. Estamos cada vez mais
usando remédio para tudo. Não há mais gente triste. Há gente deprimida. A
tristeza incomoda. Te mandam tomar um Prozac. A vida está sendo retirada de
cena, porque é irregular, caótica, tem altos e baixos, diferenças. O que está
acontecendo é que quem não se submete é quimicamente assujeitado.

Quadro nacional

De acordo com a representante do Conselho Federal de Psicologia, Marilene
Proença, os conselhos regionais da categoria irão promover ações locais para
“levantar a problemática em seus estados”.

– Até novembro, esperamos ter um quadro nacional – afirma.

Dados do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos mostram
que de 2000 a 2008, a venda de caixas de metilfenidato saltou de 71 mil para
1.147.000, um aumento de e 1.615%. Os números não consideram receitas de
medicamentos manipulados ou comprados pelo poder público.

A comercialização da Ritalina é regulada pela Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Embora o medicamento – classificado no anexo da Portaria
344/98, na lista das substâncias psicotrópicas -, só possa ser adquirido com
receita especial, é fácil consegui-lo clandestinamente. Uma breve busca pela
internet revela que não são esporádicas as ofertas da droga.

Relatório do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados
(SNGPC) da Anvisa de 2009 – dado mais atualizado da entidade sobre o
metilfenidato – destacou que há vários estudos e questionamentos quanto ao uso
massivo e efeitos secundários da substância, “pois sua utilização já está
ocorrendo entre empresários, estudantes, para emagrecimento e até em uso
recreacional na forma triturada como pó ou diluído em água para ser
injetado”.

O relatório informa ainda que a maior preocupação em relação ao Cloridrato de
Metilfenidato está, na verdade, relacionada ao seu “mau uso”, e não à utilização
da substância nos casos de TDAH. Mas pondera ao ressaltar que o medicamento não
é indicado para todos os pacientes da doença. O documento acrescenta :

– Segundo estudo publicado em 2009, somente entre 2002 e 2006, a produção
brasileira de metilfenidato cresceu 465 por cento. Sua vinculação ao diagnóstico
de TDAH tem sido fator predominante de justificativa para tal crescimento. Mas
os discursos que circulam em torno do tema e legitimam seu uso também contribuem
para o avanço nas vendas.

A psicoterapeuta Cacilda Amorim, do Instituto Paulista de Déficit de Atenção
(IPDA), ressalta que as exigências do mercado de trabalho têm provocado aumento
na procura por estimulantes cognitivos.

-Hoje, existe uma pressão muito grande para o desempenho de qualidade,
principalmente em adultos, em situações de trabalho que não garantem as
condições mínimas para que isso seja possível. Em qualquer área, a quantidade de
coisas que se espera que a pessoa faça, aprenda, desenvolva. Se não desenvolver,
ela se sente inadequada.

“zombie like”

Crítica implacável do tratamento com Ritalina, a professora da Unicamp, Maria
Aparecida Moysés afirma que a aparente calma promovida pela droga em crianças
não é efeito terapêutico, mas “sinal de toxicidade”.

– Tem o mesmo mecanismo de ação das anfetaminas e a cocaína. Ele é um
derivado de anfetamina. É essa a complicação. Ele age aumentando a concentração
de dopamina nas sinapses. A dopamina é um neurotransmissor associado às
sensações de prazer.Não é todo mundo que fica mais concentrado. Em torno de 40,
50% ficam mais focado, que é o efeito da anfetamina e da cocaína. Mas foca a
atenção no que passar na frente, não necessariamente nos estudos.

Segundo ela, as reações adversas acontecem em todo os órgãos.

– No sistema nervoso central, você tem psicose, alucinação, suicídio, que não é desprezível, cefáleia, sonolência, insônia. Um dos mais importante é um efeito que, em farmacologia, é chamado de “zombie like”. A pessoa fica contida em si mesma. Passa a agir como se estivesse amarrada. No sistema cardiovascular, por exemplo, os efeitos são hipertensão, arritmia, taquicardia, parada cardíaca. É uma droga perigosa. Eu não daria para um filho meu.

Terra Magazine

@giselecgs

Uso abusivo de clonazepam no Brasil

“Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os ‘paraísos artificiais’, isto é, …. a busca de auto transcendência através das drogas ou… umas férias químicas de si mesmo… A maioria dos homens e mulheres levam vidas tão dolorosas – ou tão monótonas, pobres e limitadas, que a tentação de transcender a si mesmo, ainda que por alguns momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma.”

(Aldous Huxley, escritor inglês)

“Porque os homens são mortais e não podem se habituar a essa idéia, o néctar e a ambrosia são fantasmas encontrados em todas as civilizações. Plantas mágicas, bebidas divinas, alimentos celestiais que conferem imortalidade, as invenções são múltiplas e todas, na falta de sucessos práticos, expressam e traem o terror diante da inevitável necessidade.”

(Michel Onfray, filósofo francês)

Brain Damage

O consumo de drogas psicotrópicas (” que agem no Sistema Nervoso Central (SNC) produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de auto-administração”) como o clonazepam, disparou nos últimos quatro anos no Brasil.Entre 2006 e 2010, o número de embalagens vendidas desse ansiolítico saltou de 13,57 milhões para 18,45 milhões, um aumento de 36%.De acordo com o pesquisador francês Chaloult, o clonazepam é classificado como droga depressora do SNC, sendo muito útil nos casos de epilepsias, insônias e alto grau de ansiedade.

O clonazepam está sendo considerado como um “santo remédio” pois consegue amenizar rapidamente problemas como falta de sono e ansiedade excessiva, problemas esses que deveriam ser solucionados e não tratados de maneira paliativa.Com a nova maneira de se viver da sociedade atual, onde tudo deve ser rápido e prático, o clonazepam tornou-se um protagonista da vida de muitas pessoas ,assim, muitos pacientes chegam ao consultório já pedindo por essa prescrição, aumentando então, os indíces de consumo.Essa droga pode causar dependência e deveria ser usada por um breve período e não por anos como é prática corrente, possui diversos efeitos colaterais como sonolência, lentidão psicomotora, déficits de memória, tremor, vertigem, fala mal articulada, perda de equilíbrio, efeitos que podem prejudicar toda a vida do paciente.

Por isso, manter uma prática de exercícios frequente, alimentar-se de maneira saudável, manter contato social, exercitar a mente, podem evitar o uso abusivo desses medicamentos.

A foto é daqui

Venda de calmante dispara no Brasil

Drogas psicotrópicas –  o que são e como agem

Bebidas e cultura brasileira

Uso e abuso de drogas psicotrópicas no Brasil

@giselecgs

Ibuprofeno e Parkinson

this is your brain on drugs

Em 1969 o ibuprofeno (Advil) chegou às farmácias e nesse mesmo ano ocorreram:

  • Woodstock
  • Chegada do homem à lua
  • Pelé marcou seu milésimo gol
  • Bom, retomando, um estudo realizado recentemente nos Estados Unidos sugere que o uso regular de ibuprofeno pode proteger o cérebro contra o desenvolvimento do Mal de Parkinson.A doença afeta o sistema nervoso central causando tremores e dificuldade de realizar movimentos e de se equilibrar. Pelo menos 200 mil brasileiros sofrem do Mal de Parkinson.Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população mundial acima dos 65 anos de idade sofre do Mal de Parkinson.

    Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados obtidos de 98.892 enfermeiros do sexo feminino e 37.305 profissionais de saúde do sexo masculino. Os participantes relataram o uso regular de ibuprofeno. Tomar duas vezes ou mais o medicamento por semana é tido como uso regular. Depois de seis anos, apenas 291 foram diagnosticados com doença de Parkinson.

    “Uma possibilidade para este efeito contra a doença de Parkinson é que o ibuprofeno pode visar um determinado receptor no cérebro chamado receptor de peroxissoma proliferador-ativado (PPARy). Estudos em animais têm sugerido o mesmo resultado”, segundo Gao.

    Mas os autores da pesquisa ressaltam que o resultado não significa que agora as pessoas devem começar a tomar ibuprofeno regularmente para evitar o mal de Parkinson porque o medicamento tem uma longa lista de efeitos colaterais para uso prolongado.

    O ibuprofeno é um analgésico e antipirético, muito usado em todo o mundo para aliviar dores de cabeça, dores musculares e febre. O medicamento também é usado para tratar quadros inflamatórios.

    Informações aqui

    Revista Galileu

    A foto é daqui

    E o artigo :Use of ibuprofen and risk of Parkinson disease

    @giselecgs

    "Um simples cérebro, sendo bem mais longo do que o céu, pode acomodar confortavelmente o intelecto de um homem de bem e o resto do mundo, lado a lado." Emily Dickinson
    "Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." Nelson Rodrigues
    "Cada um pense o quiser e diga o que pensa" Espinosa
    "O animal satisfeito dorme" Guimarães Rosa