Apresentar dados de maneira pausada faz com que as pessoas retenham melhor os fatos.
Avaliar o currículo de um candidato, o QI de uma criança e a quilometragem de um carro normalmente são medidas usadas para prever a probabilidade de um bom desempenho no futuro. Mas até que ponto somos bons nas nossas avaliações? Há uma linha de pesquisa na área de psicologia que estuda isso, medindo o grau de precisão com que estamos fazendo juízos de probabilidades. Uma maneira de analisar o tema é controlar a natureza da própria informação e ver se as pessoas estão seguras da força de seu julgamento.
Um estudo recente de Jennifer Todd Whitman e Woodward descobriu que, quando os dados são apresentadas um a um, em vez de mostrados de uma única vez, as pessoas costumam concluir que eles são mais fortes. Durante a pesquisa, voluntários olhavam para uma tela de computador na qual na parte inferior havia uma lagoa pequena ligada a dois grandes lagos. A lagoa continha três peixes – dois brancos e um preto. Em seguida os dois lagos grandes foram preenchidos com diferentes quantidades de peixes brancos, pretos e amarelos. As pessoas olhavam para a imagem e usavam uma escala para avaliar a probabilidade de que os peixes da lagoa tivessem vindo do lago 1 – que tinha mais peixes brancos – ou do 2 – com a maioria dos animais pretos. Como esperado, quando as imagens entravam uma a uma, as pessoas percebiam mais claramente de onde ele provavelmente tinha vindo, considerando a proporção inicial de cores por lago. Apesar de os cientistas acreditarem que as descobertas podem ser úteis para convencer pessoas sobre algum projeto, eles reforçam, porém, que mudar a forma como a informação é apresentada pode ser algo que fazemos sem perceber.
Revista Scientific American Brasil
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